Um estudo divulgado pelo National Canine Research Council (NCRC) concluiu que, apesar de alguns cães apresentarem comportamentos inadequados, isto não compromete o vínculo afetivo e emocional com os tutores.
A análise, intitulada “The prevalence of behavior problems in dogs in the United States“, publicada na revista Journal of Veterinary Behavior, desafiou assim a ideia de que comportamentos indesejáveis em cães levam ao abandono ou à sua entrega em centros de recolha de animais.
A investigação, que envolveu mais de 43.000 tutores de cães, revelou que mais de 99% relataram que os seus cães apresentam comportamentos como urinar ou defecar dentro de casa, ansiedade por separação, ingestão de fezes ou reações defensivas diante de estímulos comuns. Apesar disso, os investigadores concluíram que a maioria desses cães viviam em lares estáveis e eram amados pelos seus tutores.
Embora o estudo não tenha investigado se os tutores consideravam esses comportamentos problemáticos, a disposição em participar numa investigação extensa e o compromisso de acompanhamento ao longo da vida do animal indicam um forte vínculo afetivo.
Assim, isto sugere que, assim como os humanos toleram imperfeições em amigos e familiares, também aceitam comportamentos indesejáveis nos cães, sem que isso interfira na relação já estabelecida.
O estudo chama atenção para a necessidade de uma maior compreensão, paciência e acesso a orientação especializada para lidar com os problemas comportamentais dos cães, uma vez que estes comportamentos fazem parte da convivência com animais, e não necessariamente indicam falhas nas regras estabelecidas pelos tutores.