Foram apreendidos perto de 20 mil animais vivos, de espécies protegidas ou em vias de extinção, numa operação mundial contra redes de tráfico de vida selvagem e coordenada pela Organização Mundial das Alfândegas (WCO, na sigla em inglês) e pela INTERPOL.
A Operação Thunder 2024, que decorreu de 11 de novembro a 6 de dezembro, reuniu autoridades alfandegárias, policiais, de controlo de fronteiras, florestais e de vida selvagem de 138 países, registando-se como a maior participação desde a primeira edição em 2017.
De acordo com a comunicação no site da WCO, as autoridades prenderam 365 suspeitos e identificaram seis redes criminosas transnacionais suspeitas de traficar animais e plantas protegidas pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES).
“Estas espécies são traficadas ilegalmente para dar resposta a procuras específicas do mercado, seja para alimentação, benefícios medicinais ou de beleza, itens de “luxo” e colecionadores ou até mesmo como animais de companhia e de competição”, lê-se na comunicação.
Segundo os dados, foram apreendidas 12.427 aves, 7.608 tartarugas e outros répteis, 33 primatas, 18 grandes felídeos e 12 pangolins. Além dos animais vivos, foram também apreendidas centenas de milhares de partes e derivados de animais protegidos, árvores, plantas, vida marinha e artrópodes.
As autoridades também identificaram mais de 100 empresas envolvidas no tráfico de espécies protegidas ou em vias de extinção. Foi também investigada a atividade referente ao comércio online, tendo as autoridades encontrado suspeitos que utilizavam vários perfis em rede sociais e mercados para expandir o seu alcance.
Valdecy Urquiza, Secretário-Geral da INTERPOL, afirmou que “as redes de crime organizado estão a lucrar com a procura por plantas e animais raros, explorando a natureza para alimentar a ganância humana. Isto tem consequências de longo alcance, desde impulsionar a perda de biodiversidade à destruição de comunidades, contribuindo para as alterações climáticas e até alimentar conflitos e instabilidade global”.
Já Ian Saunders, Secretário-Geral da WCO, referiu também que “o comércio ilegal de vida selvagem está a crescer rapidamente, é altamente lucrativo e tem efeitos devastadores”.
Sobreposição entre humanos e vida selvagem vai aumentar em mais de 50% do planeta até 2070