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Obesidade: Estudo diz que aumentou o fosso de perceção entre veterinários e tutores

Obesidade: Estudo diz que aumentou o fosso de perceção entre veterinários e tutores iStock

Um estudo da UK Pet Food, no Reino Unido, concluiu que existe uma crescente divisão entre veterinários e tutores no que diz respeito às suas perceções sobre a obesidade em animais de companhia.

A análise revelou ainda que apenas 4% dos tutores inquiridos considerou que os seus animais de companhia estavam acima do peso, enquanto metade admitiu nunca ter procurado aconselhamento veterinário sobre o tema. Cerca de 7% dos tutores afirmou saber efetuar um exame adequado para detetar problemas de obesidade e apenas 1% disse utilizar tabelas de medição da condição corporal.

 

O relatório também concluiu que mais animais, de várias espécies, estão acima do peso atualmente do que há uma década, enquanto todos os profissionais veterinários participantes no estudo mostraram-se preocupados com a tendência.

Sarah Hormozi, responsável pelo departamento de ciência e educação da UK Pet Food, afirmou que, “tanto os tutores quanto os profissionais veterinários precisam de ter ao seu dispor ferramentas que não apenas informem, mas também inspirem a ações. Ao preencher a lacuna que existe entre veterinários e tutores nesta matéria, podemos fornecer ferramentas educacionais impactantes e garantir que os animais de companhia tenham vidas mais saudáveis ​​e felizes”.

 

O relatório também revelou que a obesidade tem vindo a aumentar para “todos os animais de companhia”, com 50% dos cães, 43% dos gatos e 31% dos pequenos mamíferos agora classificados como acima do peso, acima dos 45%, 40% e 28% respetivamente, em 2014.

A investigação também sugeriu que a relutância em procurar aconselhamento veterinário sobre questões de peso pode ser parte de uma tendência mais ampla, com mais de metade (56%) dos tutores inquiridos a admitirem que preferem diagnosticar online o problema de saúde de um animal do que ir ao veterinário, enquanto 82% dos veterinários percecionaram que os tutores estavam a visitar o consultório com menos frequência.

 

A análise revelou ainda que 37% dos tutores participantes no estudo afirmou guardar pedaços da sua comida para dar ao seu animal, enquanto 22% admitiu dar uma guloseima por acreditar que esta ação os torna mais próximos. Já 26% dos veterinários inquiridos considerou que este se trata do principal fator que contribui para níveis elevados de obesidade.

A vice-presidente executiva da UK Pet Food, Nicole Paley, também frisou que “embora exista uma lacuna entre a perceção dos tutores sobre o peso dos seus animais e a realidade, também há uma grande quantidade de conhecimento especializado e um forte compromisso de todas as partes para enfrentar este desafio”.

 

A responsável enaltece ainda que “o desafio de combater a obesidade em animais de companhia é multifacetado, assim como na saúde humana, e vai muito além da mera ingestão de calorias”.

 De acordo com a análise, 48% dos tutores alimentam exclusivamente o seu animal com alimentos e produtos fabricados especificamente para animais de companhia, 52% afirmou que procuram alternativas ou complementam a dieta do seu animal com restos da sua comida e guloseimas. Já 59% admitiu ter alterado a dieta do seu animal de companhia devido ao aumento do custo de vida.

Conheça sugestões práticas para melhorar a comunicação entre tutor e veterinário:
O documento apresenta ainda diversas sugestões práticas para ajudar os profissionais veterinários a abordar o problema com os tutores, nomeadamente:

  1. Incentivar à mudança de comportamento do tutor é a chave para o sucesso da perda de peso em animais de companhia;
  2. Reconhecer e compreender a perspetiva do tutor sobre este tema;
  3. Utilizar perguntas abertas para obter um historial completo do animal;
  4. Pedir ao tutor para explicar, por pontos temporais, a alimentação do animal;
  5. Dar tempo aos tutores para falarem sobre o tema;
  6. Falar sobre os benefícios de uma dieta saudável no bem-estar e saúde do animal de companhia;
  7. Incluir o tutor na tomada de decisão, oferecendo escolhas dos vários possíveis caminhos a seguir;
  8. Terminar a consulta com uma recomendação clara e assertiva sobre o tema.
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