A Iberzoo Propet, feira do setor de animais de companhia, elegeu Portugal como país convidado da edição 2025, devido à elevada integração de animais de companhia nos lares portugueses, liderança em políticas de bem-estar animal e crescente mercado de produtos e serviços neste setor. Em entrevista à VETERINÁRIA ATUAL, Ana Rodriguez, Diretora do Grupo Ferial da Iberzoo+ Propet, destaca o posicionamento do nosso país como um ator chave no mercado europeu e explana as principais expectativas para o evento, que irá decorrer na IFEMA, em Madrid, de 26 a 28 de fevereiro.
Quais são as principais expectativas para a edição deste ano do Iberzoo Propet? Que aspetos destaca no programa do evento?
Este ano, no Iberzoo Propet, esperamos consolidar o nosso posicionamento como o evento de referência no setor de cuidado e bem-estar animal na Península Ibérica. As expectativas passam por gerar um crescimento significativo na participação de profissionais do setor veterinário, distribuição e cuidado de animais de companhia.
Quanto ao programa, destaca-se a nossa aposta na inovação tecnológica aplicada ao bem-estar animal, com demonstrações ao vivo e espaços dedicados à formação para clínicas veterinárias e profissionais do cuidado animal. Além disso, queremos enfatizar a convivência responsável com os animais, com atividades focadas na educação para a responsabilidade com os pets.
“Portugal está a posicionar-se como um ator chave no mercado europeu, gerando oportunidades tanto em exportações quanto ao nível da implementação de novas tendências.”
Qual foi o principal fator que levou à escolha de Portugal como país convidado na Iberzoo Propet 2025?
Portugal foi escolhido como país convidado devido à sua destacada evolução na cultura do cuidado animal, crescente mercado de produtos e serviços para animais de companhia e devido à sua liderança em políticas de bem-estar animal. Além disso, os laços comerciais entre Espanha e Portugal nesse setor têm vindo a ser fortalecidos, e, por isso, queremos destacar a colaboração ibérica como modelo a ser seguido na Europa.
Como irá refletir-se no programa e na dinâmica do evento a participação especial de Portugal?
Portugal estará presente com uma representativa participação empresarial na área de expositores, conferências temáticas com especialistas portugueses e uma exposição cultural que destacará a relação histórica do país com os seus animais de companhia. Também organizaremos mesas de trabalho dedicadas à exploração de oportunidades comerciais entre empresas portuguesas e espanholas.
De acordo com um estudo de 2023, da TGM Researh, 72% dos portugueses possuem animais de companhia. Como avalia o impacto da crescente integração de animais de companhia nos lares portugueses para o mercado europeu?
O facto de 72% dos lares portugueses possuírem animais de companhia destaca uma tendência que está a transformar a indústria de produtos e serviços para animais de companhia. Isso cria um mercado em expansão que exige inovação em áreas como a alimentação, saúde e bem-estar. Portugal está a posicionar-se como um ator chave no mercado europeu, gerando oportunidades tanto em exportações quanto ao nível da implementação de novas tendências. Esse crescimento na posse de animais reflete-se no mercado, onde existem mais de 4 milhões de animais registados em 2024, posicionando o país como um dos principais consumidores de produtos e serviços relacionados ao setor na Europa.
Como se verificam estes números na realidade espanhola?
Em Espanha, a percentagem de lares com animais de companhia está próxima de 50%, o que também demonstra uma tendência ascendente. Contudo, o crescimento não é apenas quantitativo; há uma mudança qualitativa na perceção dos pets como membros da família, o que impulsiona maiores gastos por lar em produtos premium e em serviços de saúde e bem-estar.
O que se espera da participação de Portugal na Iberzoo Propet?
Esperamos que Portugal aproveite esta plataforma para mostrar a sua capacidade inovadora e fortalecer a sua rede comercial no mercado ibérico. A sua participação servirá como exemplo para destacar a importância da colaboração transfronteiriça num setor em constante evolução.
De que forma poderá impactar no mercado ibérico veterinário, ao nível de exportações, investimentos ou fortalecimento de parcerias?
A participação de Portugal tem potencial significativo para dinamizar o mercado veterinário ibérico. Antecipamos um aumento nas exportações bilaterais, novos investimentos conjuntos em tecnologia e serviços veterinários, além do fortalecimento das parcerias entre empresas portuguesas e espanholas. Isso beneficiará não apenas a economia, mas também a qualidade do cuidado animal na região.
Qual é o número esperado de participantes, oradores e expositores?
Para esta edição, esperamos continuar a crescer em termos de participação de profissionais, além de aumentar a participação de mais de 250 expositores no evento.
*Entrevista publicada na edição 188, de dezembro, da VETERINÁRIA ATUAL