Os cães são um ponto de transmissão negligenciado para agentes patogénicos de doenças zoonóticas, nomeadamente a Salmonella, que apresenta uma resistência antimicrobiana (RAM).
De acordo com o estudo, os cientistas observaram que os cães são um risco para a disseminação de Salmonella e que com uma maior consciencialização sobre o risco e uma higiene adequada, podem ser reduzidas as infeções entre espécies.
Os investigadores enfatizaram que uma das grandes preocupações é a proximidade destes animais com os humanos, criando oportunidades para a zoonose se disseminarem.
Decisões que envolvam contaminação de alimentos, gestão inadequada de alimentos ou ambos podem aumentar a probabilidade de infeção, sublinha o estudo.
No estudo, os investigadores identificaram 87 estirpes de Salmonella isoladas em cães entre maio de 2017 e março de 2023. Em seguida, fizeram corresponder o momento e a localização desses 87 casos a estirpes isoladas em seres humanos. As estirpes isoladas de cães incluíam diversos serotipos, ou variações distintas dentro das espécies de bactérias, sendo a maioria clinicamente relevante para a saúde humana.
Segundo Sophia Kennet, uma das responsáveis pelo estudo, “foram identificadas 16 estripes isoladas de Salmonella de seres humanos estreitamente relacionadas com mais de uma das seis estirpes associadas a cães”.
E continua: “os nossos dados sublinham a importância de uma gestão antimicrobiana e da biovigilância adequadas utilizando o conceito ‘One Health’ que tem em conta todos os pontos de transmissão destas doenças”.