Um novo estudo realizado por investigadores da Península Ibérica e do Reino Unido aponta que grande parte dos animais exóticos mantidos como pets em Portugal e Espanha não estão devidamente identificados. Além disso, os tutores destes animais demonstram conhecimento limitado sobre zoonoses.
A pesquisa, noticiada pela Animal’s Health, foi conduzida pelo Centro de Rescate de Reptiles y Anfibios de Cataluña, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e pelo Royal Zoological Society of Scotland, e pretendeu analisar, sob a perspetiva da abordagem One Health, a resistência a múltiplos fármacos entre tutores de animais exóticos.
Os investigadores realizaram uma pesquisa com 541 entrevistados de Portugal e Espanha, recolhendo informações demográficas, dados sobre o comércio de animais exóticos e o uso de antibióticos e antiparasitários. Os resultados revelaram lacunas significativas:
- Educação insuficiente e falta de registo: Muitos animais exóticos mantidos como pets não estão registados ou documentados, o que dificulta o controlo sanitário;
- Baixo conhecimento sobre zoonoses: O termo “zoonose” continua a mostrar-se desconhecido para alguns dos entrevistados. Pouco mais de metade referiu ter conhecimento do seu significado, mesmo após a pandemia global de Covid-19, que destacou a importância dessas doenças;
- Relação com a resistência a medicamentos: As pessoas que reconheceram o termo zoonose mostraram maior probabilidade de reconhecer a resistência aos antibióticos e o uso inadequado de antiparasitários.
Em conclusão, os investigadores reforçam a necessidade de educar os tutores de animais exóticos sobre os riscos associados à resistência antimicrobiana e às zoonoses, destacando que os médicos, incluindo os veterinários, devem desempenhar um papel central na disseminação dessas informações.